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Sunday, October 02, 2005

Exportações

Portos secos auxiliam no fluxo de mercadorias

Júnia Leticia

Terminais alfandegados de uso público, situados em zona secundária, as estações aduaneiras do interior (eadi) destinam-se à prestação, por terceiros, dos serviços públicos de movimentação e armazenagem de mercadorias sobre o controle e desembaraço aduaneiro – nacionalização de mercadorias internacionais e internacionalização de mercadoria nacionais. Atualmente Minas Gerais conta com cinco eadis, também chamadas de portos secos, que ficam nas cidades de Betim, Juiz de Fora, Uberaba, Uberlândia e Varginha.

O principal objetivo dos portos secos é aliviar o fluxo de mercadorias dos portos aeroportos e pontos de fronteiras. Segundo o gerente comercial do porto seco do Sul de Minas, Renato de Andrade Bueno, a função da eadi, que fica em Varginha, é fomentar o desenvolvimento mineiro, atendendo empresas em todo o território nacional. “Possuímos uma área de 40.000 m2. Destes, 10.000 m2 estão em área coberta e abrangem 14 armazéns alfandegados e cinco gerais, escritório administrativo e operacional, unidades da Receita Federal e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, informa.

“Além disso, o porto seco do Sul de Minas possui o Programa de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro)”, conta Bueno. Instituído pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no âmbito da Secretaria de Defesa Agropecuária, o Vigiagro foi criado para coordenar as ações de fiscalização do trânsito internacional – chegada e saída – de animais vegetais, suas partes, produtos e subprodutos, pelas fronteiras do território brasileiro.

Os outros 30.000 m2 do porto seco do Sul de Minas destinam-se à circulação de mercadorias, entre elas o café. “Ele representa cerca de 30% do nosso volume de material exportado. Mas destacam-se também as exportações de materiais de autopeças, pedras ornamentais, eletro-eletrônicos, ração animal, componentes aeronáuticos, aeronaves e artesanato”, informa Bueno. Tal volume de movimentação de mercadorias coloca o terminal, segundo o gerente comercial do Sul de Minas, em primeiro lugar entre todos os portos secos brasileiros, que são 62 no total.

Já no porto seco do Triângulo, localizado em Uberaba, registrou um crescimento de 25% nas importações e 82% nas exportações, segundo o gerente da unidade, Gustavo Oliveira, que, alegando questões de segurança, não informou quais mercadorias transitam pela eadi. Instalado em uma área total de 42.127 m2, o porto seco do Triângulo possui uma área coberta de armazenagem de 5.674 m2. “Desses, 6.000 m2 são destinados a carga seca, 1.000 m2 a armazéns químicos, 20.000 m2 a depósito de conteiner, posto de vigilância agropecuária e da Receita Federal, balança ferroviária de 120 toneladas e rodoviária de 60 toneladas, entre outros”, informa Oliveira.

Formação garante qualidade nos negócios entre países

Júnia Leticia

Voltado para aqueles que queiram obter uma formação adequada para atender às demandas nacionais e internacionais dos negócios realizados no Brasil, surgiram cursos de graduação relacionados à área. Comércio Exterior, Administração com habilitação em Comércio Exterior e Negócios Internacionais são alguns deles.

Direcionado para aqueles que queiram adquirir uma visão estratégica dos negócios internacionais, o curso de Comércio Exterior tem como objetivo a formação técnica, com um enfoque humanista e visão crítica. A graduação possibilita resolver e solucionar problemas relacionados ao comércio exterior, valorizando a ética e a cidadania. “No Centro Universitário Newton Paiva, o curso tem uma vertente voltada para um profissional que tenha uma visão de mundo mais ampliada”, esclarece o coordenador do curso, Alexandre Miserani.

O curso de Administração com habilitação em Comércio Exterior forma profissionais para planejar, organizar e controlar o funcionamento de empresas públicas ou privadas. “Por ser uma graduação em administração, a grade curricular é composta de matérias do ciclo básico de administração e específicas do comércio exterior como marketing internacional, culturas e negociações internacionais, entre outras”, enumera a coordenadora do curso no Centro Universitário UNA, Cristiane Serpa.

Já o curso de Negócios Internacionais, que será oferecido pela Universidade Fumec a partir do primeiro semestre de 2005, além de abranger os aspectos relativos ao comércio exterior, envolverá capitais, informação e tecnologia. “O profissional será um negociador, que vai planejar, operar e gerenciar o processo negocial. Sua atuação passa pelo marketing internacional, gestão financeira internacional, além de mercados regionais e emergentes”, informa o coordenador do curso, Wellington Gaia.

A pessoa que queira atuar na área precisa, ainda, ter uma visão ampla da realidade mundial. “Mas ele não deve ser superficial, inteirando-se de questões econômicas, administrativas, entre outras”, exemplifica o coordenador da Newton Paiva. “Liderança, espírito empreendedor, flexibilidade e domínio de línguas estrangeiras também são fundamentais”, aponta Cristiane Serpa.

Como atualmente a política governamental está voltada para o comércio exterior, o mercado de trabalho para os profissionais da área tende a se ampliar. “O Brasil tem diversificado sua pauta de exportações e as compras internacionais de produtos. Com isso, o profissional está sendo demandado nas mais diversas áreas de atuação”, enfatiza Miserani.

Recém-formada no curso de Comércio Exterior, Catarina Albieri optou pela graduação por ter se identificado com as atribuições conferidas aos profissionais da área. Ainda no curso, ela conseguiu uma emprego na Dayco do Brasil Indústria e Comércio, empresa do ramo automobilístico. “O fato de ter domínio de outro idioma e meu conhecimento foram fundamentais para que eu conseguisse a vaga de analista de importação e exportação”, conta Catarina Albieri. Segundo ela, o mercado para exportações em Minas Gerais ao longo do tempo vem se tornado mais favorável aos negócios. “O Estado registra um grande desenvolvimento, mas tem potencial para crescer ainda mais”, sinaliza a analista.

Preocupação social é abordada em cursos

A responsabilidade social é outro ponto relevante que envolvem as negociações internacionais. “É necessário que os estudantes conheçam o fluxo entre as nações, sem deixar de lado a integração entre os povos”, contou o coordenador do curso de Comércio Exterior da Newton Paiva, Alexandre Miserani.

Além desses aspectos, o curso de Negócios Internacionais dá ênfase à qualidade ambiental. “Hoje há muita resistência por parte dos mercados consumidores em adquirir produtos que envolvam danos ambientais”, diz o coordenador do curso na Fumec, Wellington Gaia.

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